Palabra Tejida: Quem somos?

Todos, todas e todes nós, presentes em CORAL habitamos os territórios de Argentina, Colombia, Chile, Brasil, México, El Salvador, Bolivia, Ecuador, Honduras, Perú, Costa Rica.

Somos como as árvores e plantas de nossos territórios: o jacarandá, o sabugueiro, a planta do tabaco. Somos foye, ceibo, alfarroba, litre, lapacho, ameixeira, milho, capulí, arrayán, amêndoa amarela, chiquiragua, maitén e frailejón.

Somos a primeira coisa que vemos quando abrimos a janela. Somos medicina. Como a planta do tabaco, às vezes somos estigmatizados e não nos é dada a importância que temos no cuidado com a Mãe Terra. Queremos aprender e adquirir ferramentas de luta. Somos majestosos, temos espinhos, nossas folhas e frutos curam. Crescemos com resiliência. Representamos restauração e um novo começo. Damos sombra e nos preenchemos de flores. Somos tão desafiadores que, mesmo na seca mais terrível, damos frutos. Nós florescemos apesar das adversidades.

Assim como a espiga, temos muitos grãos que representam como avançamos unidos, juntos e juntos. Somos como a floresta, como o território: temos farmácia, mercado, a vida. Temos temporalidades, há tempo para sermos mais ativos, há tempos de repouso. Crescemos e não precisamos de muitos cuidados. Somos vitais, damos sombra, somos abrigo para os pássaros e nutrimos os aquíferos. Temos muita energia. Sobrevivemos à seca e à pilhagem da água. Somos antiquíssimos, fazemos parte da memória dos nossos povos, da nossa cultura.

Somos como as espécies endêmicas de nossos territórios. Somos aroeira, butiá, taioba, araucária, butiazeiro ou espada de São Jorge, torote, osca e tjtyqy. Nos importamos com proporcionar algum benefício ao território e a quem nele habita: dar sombra, cultivar folhas e caules para fornecer alimento, oferecer utensílios.

Fazemos parte das práticas sagradas e dos rituais de cura. Nós temperamos a comida, somos as cores que tingem nossos tecidos, curamos a pele, construímos as redes de pesca. Também somos combustível. Enfrentamos várias lutas e renascemos no território mesmo que nos incendeiem.

Brotamos por toda a comunidade, resistentes.

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